NÚCLEO MUSEOLÓGICO DA DELEGAÇÃO DO CENTRO DO INSTITUTO NACIONAL DE MEDICINA LEGAL
A primeira rede desconcentrada de serviços públicos médico-forenses foi estabelecida em Portugal durante a gestão do Ministro da Justiça José de Alpoim.
De acordo com a Lei de 17 de Agosto de 1899 e Decreto Regulamentar de 16 de Novembro de 1899 passavam a funcionar em Lisboa, Coimbra e Porto três circunscrições designadas por "morgues".
Entre 1899 e 1918 a Morgue de Coimbra funcionou em instalações anexas à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tendo acumulado diversos objectos correlacionadas com actividades delinquentes e práticas periciais.
O crescente avanço das tecnologias, potenciado pela Revolução Industrial, abriu as portas à aquisição de máquinas ligadas à pesagem, mensuração e análise microscópica de vestígios, possibilitando aos agentes postos em campo pelo Ministério da Justiça um crescente domínio do combate ao crime e reconstituição das práticas consideradas ilegítimas.
Na Primeira República, a actividade e património das três morgues foi reformada, dando origem aos Institutos de Medicina Legal. O Decreto n.º 5:023, de 29 de Novembro de 1918, regulamentava a natureza e funcionamento das três circunscrições de Lisboa, Coimbra e Porto. Estabelecia uma rede territorial de serviços junto dos tribunais judiciais e determinava que cada circunscrição fosse convenientemente apetrechada com laboratórios, museu, biblioteca e arquivo.
Os objectos e equipamentos comunicados pela Delegação do Centro do Instituto de Medicina Legal respeitam sobretudo à actividade desenvolvida pela Morgue de Coimbra e aos primeiros anos do Instituto de Medicina Legal de Coimbra.
Colecção de frascos de plantas tóxicas, antiga Morgue de Coimbra - 1899/1918.
Foto: INML, IP
Modelo em cera com reprodução de lesões provocadas por arma branca, antiga Morgue de Coimbra - 1899/1918.
Foto: INML, IP
Modelo em cera com reprodução de sulco provocado por corda de enforcamento, antiga Morgue de Coimbra - 1899/1918.
Foto: INML, IP
Pedra litográfica para impressão de notas falsas de 100 reis, antiga Morgue de Coimbra - 1899/1918.
Foto: INML, IP
Instrumentos de autópsia do Instituto de Medicina Legal de Coimbra - aproximadamente 1920/1930.
Foto: INML, IP
Micrótomo em ferro, fabricado por E. Leitz Wetzlar, Instituto de Medicina Legal de Coimbra - aproximadamente 1920/1930.
Foto: INML, IP
Microscópio em latão e ferro, fabricado por E. Leitz Wetzlar, com platina móvel rotativa e de movimentos cruzados, objectivas 3,2x; 10x e 100x (imersão), ocular de 8x, estativo com focagem macro e micrométrica, condensador móvel, diafragma íris e iluminação por espelho de duas faces, plano e côncavo - Instituto de Medicina Legal de Coimbra, cerca de 1920.
Foto: INML, IP
Instrumentos de autópsia da Morgue de Coimbra, incluindo serra dupla, curva, para cortes da coluna vertebral - Morgue de Coimbra - 1899/1918.
Foto: INML, IP