NÚCLEO MUSEOLÓGICO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA
DIRECTORIA DO NORTE
A Subdirectoria do Porto da Policia Judiciária iniciou a sua actividade em 1945, tendo herdado o património e as competências desenvolvidas desde o século XIX pela Secção de Polícia Judiciária da Polícia Cívica e pela Polícia de Investigação Criminal.
Entre 1945 e 2000, os serviços radicados na cidade do Porto percorreram o edifício do Aljube (1945-1950), e um imóvel da Rua de S. Bento da Vitória, n.º 12 (1950-2000). A actual sede, inaugurada em 2000, concentra a totalidade dos serviços, a documentação de conservação permanente, uma biblioteca especializada e um núcleo museológico.
O projecto de implementação do Núcleo Museológico
Aproveitando equipamentos marcados pela obsolescência e diversos apreendidos, a Directoria do Norte instalou na Moradia Pereira Reis estruturas dedicadas à salvaguarda e divulgação de mobiliário de estilo, armaria, obras de arte sacra, obras de arte falsificadas e objectos correlacionados com o tráfico e consumo de estupefacientes.
Está em preparação o projecto de instalação definitiva do Núcleo Museológico da Directoria do Norte da Polícia Judiciária, com capacidade para integrar as secções de armas de fogo e de equipamentos, obras de arte e outros objectos, juntando e interligando todo o espólio em instalações mais amplas e adequadas e não perdendo de vista o envolvimento e a conexão ao edifício e seus anexos classificados da moradia e respectivo mobiliário antigo.
O projecto alavanca um conjunto de potencialidades aptas à dinamização de um sistema integrado de informação (arquivo, biblioteca, museu) enriquecimento da formação de funcionários e outros intervenientes no sistema de investigação criminal e sensibilização da comunidade escolar e dos investigadores, contribuindo para o reforço da identidade visual da instituição.
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Mobiliário em pau-santo restaurado nas oficinas da Directoria do Norte, utilizado como "carte-visite" de prestígio na Moradia Pereira Reis anexa ao edifício principal.
Foto: PJ
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Aspecto das vitrines de acondicionamento dos objectos organizados para fins expositivos.
Foto: PJ
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Crachás da Polícia Judiciária usados desde 1945.
Foto: PJ
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Objectos transformados ou preparados para transporte clandestino de droga entre a América e a Europa.
Foto: PJ
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Cachimbos e objectos ligados ao tráfico e consumo de droga.
Foto: PJ
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Balanças e apetrechos provenientes de operações de combate ao consumo de estupefacientes.
Foto: PJ
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Diversas armas de fogo da colecção de apreendidos da Directoria do Norte.
Foto: PJ
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Armas de fogo e dedeiras metálicas.
Foto: PJ
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Santo Ovídio, representado com vestes e insígnias episcopais. Imagem furtada e recuperada pela Polícia Judiciária.
Foto: PJ
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Santa Luzia com os olhos em exposição em taça sacrificial. Imagem barroca furtada de local desconhecido e recuperada pela Polícia Judiciária.
Foto: PJ
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São Sebastião, trabalho amadorístico com sugerências barrocas. Imagem furtada de local não determinado e recuperada pela Polícia Judiciária.
Foto: PJ
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Um falso Amadeo Sousa Cardoso.
Foto: PJ
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Tentativa de imitação de Cargaleiro.
Foto: PJ
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Falso José Malhoa.
Foto: PJ
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Projectos
"O Verdadeiro Falso", projecto de identificação e divulgação de obras de arte de falso autor, apreendidas pela Directoria do Norte, que teve lugar entre 24 de Outubro e 14 de Novembro de 2008.
NÚCLEO MUSEOLÓGICO DA POLICIA JUDICIÁRIA - LOURES
Historial do Museu de Polícia Judiciária
O Museu de Polícia Judiciária foi mandado estabelecer pelo Decreto-Lei nº 41.306, de 02 de Outubro de 1957, juntamente com a Escola da Polícia Judiciária e o Laboratório de Polícia Científica mas, ao contrário destes, não logrou concretizar-se.
Em contexto de reforma da administração pública, Decreto-Lei n.º 42/2009, de 12 de Fevereiro, atribui à Escola da Polícia Judiciária competência para "Organizar e administrar o museu da PJ, assegurando a recolha, conservação, estudo e divulgação dos objectos que possuam interesse criminalístico, histórico, documental e museológico existentes na PJ e dos apreendidos que venham a ser declarados perdidos a favor do Estado".
O actual projecto museológico do MPJ e respectiva direcção foram oficializados em Ordem de Serviço n.º 39, de 2 de Abril de 1993, da então Directoria Geral da Polícia Judiciária, documento que deu início à recolha de documentos e objectos nos pólos de Lisboa, Coimbra e Porto e à subsequente instalação do acervo museológico existente.
Não dispondo ainda de espaço expositivo, os três núcleos actualmente existentes do MPJ ocupam instalações provisórias na Escola de Polícia Judiciária, em Loures, convertidos em salas de arquivo e reserva visitáveis por marcação, para as quais foram estudadas e criadas condições ambientais adequadas à preservação dos diversos tipos de colecções.
Prevê-se que o MPJ venha a inaugurar as suas instalações definitivas em 2012, na Rua Gomes Freire, em Lisboa, no espaço destinado à ampliação da Polícia Judiciária.
A estrutura existente radica num sistema integrado, de que fazem parte o Arquivo da Polícia de Investigação Criminal, a Colecção de Fotografia e o Museu.
Objectivos do Museu da Polícia Judiciária
Recolher, conservar, estudar e divulgar testemunhos da história da Polícia Judiciária e, antes de 1945, da Polícia de Investigação Criminal, perspectivando os avanços científicos e tecnológicos e contextualizando-os no quadro evolutivo do sistema de justiça criminal português.
Reforçar a ligação entre a Polícia Judiciária, a comunidade e as instituições mediante a realização de campanhas, projectos de salvaguarda e acções de prevenção criminal, bem como a comunicação dos acervos arquivísticos tratados.
Tratar a temática criminal de modo a possibilitar a abertura ao público em geral, incluindo o infantil (com excepção de uma área reservada a operadores do sistema de Justiça Criminal), desenvolvendo o potencial interactivo e lúdico desta perspectiva.
Contribuir para a credibilização da imagem interna e externa da instituição e sua eficácia junto dos cidadãos.
Núcleo Central do Museu, constituído por cerca de 4.000 objectos recolhidos desde a década de 1990;
Equipamento policial obsoleto oriundo da Polícia Judiciária e da sua antecessora, a Polícia de Investigação Criminal.
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Cadeira metálica esmaltada de antropometria utilizada para mensurações e realização de fotografias probatórias, numa primeira fase de frente e perfil, e numa fase ulterior de frente, perfil e a três quartos. Ao lado figura um suporte de máquina fotográfica para apoio à aplicação do método desenvolvido por Alphonse Bertillon. Peças de inícios do século XX, Inv. I-98-2395 e I-98-2396. |
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Instrumentos de mensuração antropométrica utilizados pelos agentes da polícia criminal e quadro taxonómico de íris humanas, segundo o método Bertillon.
Inv. R-96-2238, 2240, 2241, e I-95-2056.
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Equipamento do Laboratório de Polícia Científica
Criado em finais da década de 1950, o LPC concentrou um conjunto de competências especializadas anteriormente asseguradas nos laboratórios e gabinetes dos institutos de medicina legal. O primeiro espaço atribuído ao LPC foi o 5.º piso do novo edifício da Polícia Judiciária inaugurado em 1958, sob direcção científica do Prof. Alberto Ralha.
O Ministério da Justiça procurou equipar o LPC com as mais modernas tecnologias, num esforço de aproximação da Polícia Judiciária à competência e eficácia das polícias criminais britânicas.
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Microscópio com máquina fotográfica acoplada e transformador, LPC, finais da década de 1950/década de 1960.
Inv. I-99-3464.
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Projector com foco de luz intenso utilizado na análise de vestígios.
Inv. I-99-3370.
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Material de escutas |
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Gravador de escutas munido de bobines, marca Philips, utilizado pela Polícia Judiciária. Décadas de 1950-1960.
Inv. I-95-2126
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Microfone inserido e dissimulado em relógio de pulso.
Inv. I-95-2152
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Material para elaboração de retratos robot
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"Identi-kit "pré-informático empregue na elaboração de retratos robot.
Inv. I-98-2439/574
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Material criminal apreendido ao longo do trabalho policial, nomeadamente armaria, pintura e moeda falsa, instrumentos de arrombamento, testemunhos do modus operandi criminal, material ligado a crimes mediáticos, arte sacra e azulejos furtados de origem não identificada. O período abrangido vai do princípio do século XX até aos nossos dias.
Armas brancas e de fogo
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Exemplares de diversa armaria apreendida em cenários ligados à prática de crimes, incluindo matracas, chicotes, bastões, punhais, armas de fogo, catanas e objectos de fábrico artesanal. |
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Pistola semi-automática Tokarev.
Inv. I-97-2252
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Pistola metralhadora Cevarm.
Inv. I-97-2265
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Revólver Smith & Wesson.
Inv. I-97-2376
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Terrorismo e Banditismo |
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Capuzes, pistola-metralhadora e pregos para perfuração de pneus usados pelos membros das Brigadas FP 25 de Abril em ocasiões diferenciadas. |
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Punhal usado no atentado ao Papa João Paulo II em Fátima, 1982, pelo padre espanhol Juan M.F. Krohn. |
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Contrafacção e falsificação de obras de arte |
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Pintura falsa reportada ao nome de Amadeo Sousa Cardoso.
Inv. I-98-2442.
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Pintura falsa, com moldura, assinada Cargaleiro, 1977.
Inv. I-95-2124
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Pintura falsa associada ao nome de José Malhoa.
Inv. I-95-2055.
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Imitação de uma obra de Carlos Botelho, pintura falsa com moldura dourada. Trata-se de um exercício de cópia de uma obra do pintor que existia no Centro de Arte Moderna da Fundação Caloust Gulbenkian.
Inv. I-95-2053
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Contrafacção de moeda
Na cultura mediterrânea e ocidental o fabrico da moeda e do papel-moeda tem sido considerado monopólio dos líderes das cidades-estado, dos soberanos e, contemporaneamente, do próprio estado.
A falsificação de moeda, tradicionalmente considerada uma violação do poder de soberania, tem sido punida com penas muito severas nas várias molduras penais. O rigor dos sistemas punitivos fez refinar o modus operandi empregue pelos contrafactores ao nível da qualidade do papel, do desenho gráfico, dos moldes, dos cunhos, prensas e equipamentos tecnológicos utilizados.
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Nota falsa de 50 euros. Trata-se da primeira contrafacção de euros apreendida pela Polícia Judiciária no primeiro dia de circulação oficial nos países membros da União Europeia, em Janeiro de 2002.
Inv. I-07-4780
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Nota falsa de 50 dólares dos EUA.
Inv. R-93-53
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Nota falsa de cem francos franceses.
Inv. R-93-692
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Obras de arte sacra furtadas e recuperadas, de origem desconhecida
O comércio ilícito de antiguidades e o tráfico de obras de arte originais ou falsificadas ocupa um espaço bastante significativo no volume de negócios mundial.
No caso do furto e tráfico de obras de arte sacra, a resposta à procura crescente é feita através da intromissão em templos e do furto de estatutária, peças em talha e jóias. Apesar dos esforços de inventariação desenvolvidos pela Igreja Católica e museus, todos os anos a Polícia Judiciária recebe queixas relativas ao desaparecimento de obras de arte sacra e alfaias litúrgicas.
Nem todas as obras recuperadas são reivindicadas pelos antigos detentores. Outras não comportam qualquer informação sobre a respectiva origem.
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Exemplo de uma escultura sacra em madeira entalhada, estofada e policromada com traços barrocos. Nossa Senhora com o menino, século XVIII. Imagem furtada de local desconhecido e recuperada pela Polícia Judiciária.
Inv. I-08-4952
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São Joaquim, escultura sacra em madeira policromada, século XVIII. Imagem furtada de local desconhecido e recuperada pela Polícia Judiciária.
Inv. I-02-3743
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Custódia em metal trabalhado e dourado, furtada de local desconhecido e recuperada pela Polícia Judiciária.
Inv. I-95-2103
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Azulejos furtados e recuperados
À semelhança das peças de arte sacra, os azulejos anteriores ao século XX são alvo da cobiça dos coleccionadores, ocupando importante espaço no tráfico artístico.
Os países da Península Ibérica e da América Latina contam-se entre os maiores produtores de azulejaria barroca, em palácios, mosteiros e igrejas.
Para prevenir os furtos de azulejos de época e de autor, o Museu de Polícia Judiciária tem desenvolvido acções de prevenção um pouco por todo o país.
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Azulejos polícromos de rodapé, com dupla moldura em azul cobalto e almofadas marmoreadas a amarelo e castanho. Produção oficinal do século XVIII. Furtados de edifício desconhecido e recuperados pela Polícia Judiciária.
Inv. I-03-3912
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Ajulejos de barra monocromáticos, com motivo floral inscrito em moldura. Produção oficinal do século XVIII. Furtados de local não identificado e recuperados pela Polícia Judiciária.
Inv. I-03-3916
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